Normas Tributárias, Eficácia Indutora e Recuperação Empresarial

Análise Crítica das Inovações Introduzidas pela Lei n. 14.112/2020

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46801/2595-6280.51.13.2022.1292

Palavras-chave:

normas tributárias, eficácia indutora, falência, recuperação empresarial, ordem econômica constitucional, proporcionalidade

Resumo

O presente estudo se dedica à análise da função indutora desempenhada pelas normas tributárias que se fazem presentes na Lei de Falência e Recuperação Empresarial (Lei n. 11.101/2005), antes e especialmente após a reforma promovida pela Lei n. 14.112/2020. Considerando que as normas tributárias são um instrumento fundamental à disposição do Estado para a intervenção no domínio econômico, os efeitos indutores das normas tributárias devem se revelar em estrita adequação com os princípios norteadores da Ordem Econômica Constitucional, sob pena de inconstitucionalidade. Quando se analisa a Lei n. 14.112/2020, observa-se o emprego muito mais intensivo de normas tributárias com eficácia indutora do que no regime jurídico anterior. Na visão dos autores, apesar de algumas preocupações pontuais em relação às normas tributárias presentes na Lei n. 14.112/2020, as referidas normas se mostram em conformidade com a Ordem Econômica Constitucional, porquanto são medidas proporcionais para fomentar a recuperação e viabilização empresarial.

Biografia do Autor

Pedro Henrique Garzon Ribas, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)

Professor e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito Tributário e Aduaneiro da PUC-Minas. Diretor do Instituto Mineiro de Direito Tributário (IMDT). Mestre em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Pós-Graduado em Direito Tributário pela PUC-MG. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Graduando em Ciências Contábeis pelo FIPECAFI. Advogado.

Roberto Codorniz Leite Pereira, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP)

Professor Colaborador do Mestrado Profissional em Direito Tributário Internacional e Comparado do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT). Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Master of Laws (LL.M.) em Direito Tributário Internacional (International Tax Law) pela Wirtschaftsuniversität Wien (WU). Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO SP).  Advogado em São Paulo.

Referências

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2016.

ATALIBA, Geraldo. ISS – Base imponível, In Estudos e Pareceres de Direito Tributário, vol. 2, São Paulo: RT.

ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARRETO, Aires F. A Nova Cofins: Primeiros Apontamentos. In Revista Dialética de Direito Tributário nº 103, São Paulo: Dialética, abril de 2004.

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, AgInt no CC 166.058/MG, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 02/06/2020, DJe 09/06/2020;

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, AgInt no CC 155.757/RJ, Ministro Relator Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, julgado em 18/08/2020, DJe 26/08/2020;

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CC nº 153.998/DF, Ministra Relatora: Laurita Vaz, julgamento em 18/12/2019, DJe 22/09/2020.

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, AgInt no CC 172.416/SC, Ministro Rel. Antonio Carlos Ferreira, Segunda Seção, julgado em 01/12/2020, DJe 09/12/2020;

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, CC 168000/AL, Ministro Relator Ricardo Vilas Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019, DJe 16/12/2019.

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, CC 168000/AL, Ministro Relator Ricardo Vilas Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019, DJe 16/12/2019.

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EDcl no REsp 1.505.290/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 22/05/2015.

BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ProAfR no REsp 1694261/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 20/02/2018, DJe 27/02/2018.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE 606107, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2013.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE 627815, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, julgado em 23/05/2013.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE 574706, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 15/03/2017.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE nº 855.091, Ministro Relator Dias Toffoli, julgamento em 15.03.2021.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADI nº 5.553. Ministro Relator Edison Fachin (julgamento pendente de conclusão).

BOBBIO, Norberto. Da estrutura à função: novos estudos de teoria do Direito. Tradução de Daniela Baccaccia Versiani. São Paulo: Manole, 2007.

CHRISTIANS, Alisson. Sovereignty, Taxation and Social Contract. In: Minnesota Journal of International Law, v. 18, 2009.

DERZI, Misabel A. M. Princípio de Cautela ou Não Paridade de Tratamento entre o Lucro e o Prejuízo. CARVALHO, Maria A. M. (coord.) Estudos de direito tributário em homenagem à memória de Gilberto de Ulhôa Canto. Rio de Janeiro: Forense. 1998.

FERRAGUT, Maria Rita. Presunções no Direito Tributário. São Paulo: Dialética, 2001.

FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão e dominação. São Paulo: Atlas, 2012.

GRECO, Marco Aurélio. Cofins na Lei 9.718/98 – Variações Cambiais e Regime da Alíquota Acrescida. Revista Dialética de Direito Tributário. Editora Dialética, São Paulo, nº 50, novembro, 1999.

HOLMES, Stephen; SUNSTEIN, Cass R. O custo dos direitos, por que a liberdade depende dos impostos. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2019.

LEÃO, Martha Toríbio. A (Des)Proporcionalidade da Progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física no Sistema Brasileiro. In: Revista Direito Tributário Atual, v. 28. São Paulo: Dialética, 2013.

MACHADO, Hugo de Brito. Os Descontos Obtidos e a Base de Cálculo das Contribuições PIS/Cofins. Revista Dialética de Direito Tributário. Editora Dialética, São Paulo, nº 134, novembro, 2006.

MINATEL, José Antônio. Conteúdo do Conceito de Receita: e regime jurídico para sua tributação. São Paulo, MP Editora, 2005.

MURPHY, Liam; NAGEL, Thomas. The Mith of Ownership: Taxes and Justice. Oxford University Press, 2004.

OLIVEIRA, Ricardo Mariz. Fundamentos do Imposto de Renda. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

PENTEADO, Mauro Rodrigues. Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência: Lei nº 11.101/2005 – Artigo por artigo. SOUZA JUNIOR, Francisco Satiro; PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes (Coord.). 2ª Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

RING, Diane. Democracy, Sovereignty and Tax Competition: the role of tax sovereignty in shaping tax competition. In: Florida Tax Review, v. 9, n. 5, 2009.

SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2017.

______. Normas Tributárias Indutoras e Intervenção Econômica. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

SCHOUERI, Luís Eduardo; BARBOSA, Mateus Calicchio. Imposto de Renda e Capacidade Contributiva: a Periodicidade Anual e Mensal no IRPJ. In: Revista Direito Tributário Atual, n. 47. São Paulo: IBDT, 2021.

SZTAJN, Raquel. Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência: Lei nº 11.101/2005 – Artigo por artigo. SOUZA JUNIOR, Francisco Satiro; PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes (Coord.). 2ª Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

Downloads

Publicado

2022-08-23

Como Citar

Garzon Ribas, P. H., & Codorniz Leite Pereira, R. (2022). Normas Tributárias, Eficácia Indutora e Recuperação Empresarial: Análise Crítica das Inovações Introduzidas pela Lei n. 14.112/2020. Revista Direito Tributário Atual, (51), 340–366. https://doi.org/10.46801/2595-6280.51.13.2022.1292

Edição

Seção

Doutrina Nacional (Double Peer Reviewed)